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domingo, 12 de julho de 2015

O berço (de ouro) e os lençóis (mágicos)

O Bambi chegou ao sítio onde era esperado. Parece de propósito, mas não foi.

Mais uma vez as voltas, melhor, as piruetas acrobáticas que a vida dá. Os caminhos que andam separados, se calhar lado-a-lado mas sem nunca se cruzarem, até que, a certa altura, chegam ao mesmo tempo ao xis do mapa do tesouro, o local onde sempre foram esperados.
Os lençóis velhos de bebé vieram de férias para a casa de campo. Fizeram 300 quilómetros à boleia de uma carrinha de sete lugares com um problema de sobreaquecimento do motor para, por milagre, se virem emparelhar-se com o berço achado no Olx.
Fomos em procissão, num dia muito quente de Verão, buscar o berço para a menina Isaura, andava ela às voltas no meu ventre, pequenina, e andámos também nós em ésses à procura de uma quinta sublime, barricada por um bairro social às portas de Lisboa.
A empregada / caseira recebeu três notas de vinte euros e deixou um lamúrio sentido na passagem de testemunho daquela peça de mobiliário, há muito esquecida no sótão: 'Criei todos os netos da senhora nesta cama... Eles já são crescidos, andam a acabar os estudos, e depois devem querer coisas novas..."
Depois do queixume, a empregada / caseira deu a sua bênção de aprovação: "Deus abençoe a vossa menina!"
Esta é a história de como o berço dos oito netos da senhora veio embalar os sonhos da Isaura. E como, cumprindo o seu destino, veio encontrar, numa quinta às portas de São Pedro do Sul, uns lençóis velhos que sempre lhe estiveram destinados.
A bênção resultou.

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